segunda-feira, 12 de abril de 2010

“Você precisa é casar”

Segunda-feira, 6h30. O sol me acordara logo pela manhã. Ao levantar-me, abri a persiana do meu quarto e notei um céu azul, daqueles que só se vê em Brasília, com um ar frio típico do Planalto Central brasileiro nesta época do ano. Tudo bem, preciso balizar minha monografia e entregar a versão final ao meu orientador. Nada que em meia hora não esteja pronto.

Pois bem, foi assim. Liguei meu computador já na sala e acompanhando o Bom Dia Brasil fiz algumas correções na peça acadêmica. Agora, só me falta encontrar o tal “estudo de caso” e terminar o que já recebeu nota: SS. Desliguei o computador e percebi um ser dentro de casa. Era meu pai. Recém chegado da chácara, estava de ressaca porque o fim de semana esportivo foi ingrato com ele. Fluminense e Vila Nova (GO) perderam.

Em poucas palavras passou para a cozinha. Fui tomar um café com ele. Afinal, era hora de saber das novidades rurais e aproveitar para dar uma zoada futebolística. Puxando assunto entrei de sola:

- Teu Vila Nova, hein? Que merda de time.

Ele, sem muito ânimo, respondeu:

- Uma bosta mesmo. Não vai chegar a lugar algum.

E antes que eu falasse qualquer coisa do Fluminense ele se antecipou:

- Seu Botafogo ganhou no roubo. Aquele argentino abriu as penas e participou da jogada. O gol foi irregular porque ele estava impedido.

Não discuti, pois o freguês tem sempre a razão. Deixe a conversa fluir. Uma xícara de café pra mim e ele reclamou do pão. Estava de mau humor. Aí eu comecei a falar do meu fim de semana, dos netos dele e da possibilidade de ir ao Rio de Janeiro ver a final entre Botafogo e Flamengo. Nessa hora, uma explosão de ira. Sei lá, não entendi muito. Quem sabe meus cinco leitores não me ajudam a entender o seguinte diálogo:

- Po, pai. Não sei se vou conseguir ir ao Rio para ver a final. No sábado terá eleição indireta para governador do DF. Eu devo acompanhar. A política por aqui está vivendo dias incertos. Acho que não terei como ir ver esse jogo.

Sem mais nem menos, meu pai solta a frase que nenhum solteiro merece escutar:

- Você precisa é casar.

Como assim? Estamos falando de futebol e o cara entra de sola no assunto casamento. Essa é uma coisa que não está nos meus planos por enquanto. Preciso fazer muita coisa antes. No entanto, talvez ele tenha razão. Afinal, sou o filho caçula e os outros irmãos casaram e já têm filhos. Mesmo assim, às 7h30 da matina de uma segunda-feira, falar em casamento é uma blasfêmia até para quem já é casado.

Pelo amor de Deus pai, vamos continuar falando de futebol.

5 comentários:

Loyanne disse...

Amigo, relaxa as cobranças nunca acabam... depois do casamento são os filhos e por aí vai!!! Beijos procê e como sempre muito gostoso ler o que você escreve!

Paula Barros disse...

E isso não é nem coisa de pai, é mais coisa de mãe. rsrs

Essa também não entendi. Haja mau humor. rsr

Obrigada por de vez em quando aparecer. Faz um ano que estive em Brasília, até ia deixar, um recado no teu blog, acho que não deixei.

Adorei Brasília, esse céu azul, e andar e andar por aí.

abraço

Unknown disse...

Concordo com a Loyanne, as cobranças nunca acabam rsrsrsr

Acho que seu pai está querendo ficar livre de você rsrsrs. Brincadeiras à parte........ Curta a vida de solteiro!!!

Unknown disse...

Adorei essa postagem sua primo. Só seu papi mesmo hein!
Mas relaxa, depois que casa, ai vem a cobrança dos filhos e ai vai, ou seja, esse tipo de cobrança nunca vai acabar. O melhor é sempre levar na esportiva.

Bjim!

Aline Baeza disse...

Entre casar e assistir ao jogo, sugiro vc casar... Aí vai ter alguém pra te consolar da lavada que o mengão vai dar no seu timinho de chorões. Vai por mim...

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