quinta-feira, 15 de abril de 2010

Bolo duplo, segue a vida amigos

Jornalista é uma classe esquisita mesmo. Estou começando a desconfiar que marcar algo com jornalista, fora da questão profissional, é pura decepção. Em primeiro lugar, eles sempre se atrasam. Não adianta marcar hora. O cara sempre chega depois, isso quando vai. Porque ontem levei um bolo duplo pra casa ao tentar encontrar Bruna de Castro e Lenilton Costa.

Com os ponteiros acertados, nos encontraríamos às 19h30 no Talk Show da rádio CBN. A convidada de Estevão Damázio era a comentarista política Lúcia Hippolito. Além de escutar sobre política, o que sempre nos agrada, o encontro serviria para tratar de questões profissionais também, por que não? Jornalistas quando se encontram sempre acabam falando de jornalismo e política. Não tem pra onde correr. Uma merda.

Sempre britânico neste sentido, me apressei para chegar no horário. Às 16h50 fui encontrar o cientista político João Paulo Peixoto, da Universidade de Brasília, antes para uma boa conversa. Sempre de olho no relógio, calculei que o engarrafamento na saída sul de Brasília me tomaria algo em torno de 40 minutos entre a UnB e o Park Shopping. Dito e feito.

Ao som de Manu Chao, tentava me comunicar com a Bruna e o com o Lenilton para ter certeza do encontro. Nada. A partir daí, comecei a trabalhar com a possibilidade do bolo. Às 19h13, precisamente, estacionei meu carro. Às 19h18 estava na praça central do shopping, onde ocorreria o evento da CBN. Opa, pensei, dá tempo de ir até a FNAC e comprar alguns títulos: O Conde de Monte Cristo e Meu Pai, Meu Filho. Dois filmes franceses com o grande Gérard Depardieu.

Retornei ao local combinado e nada de ninguém. Às 19h45 liguei para a Bruna. Não obtive resposta. Nesse momento, Estevão e Hippolito já se preparavam para o início do show. Pouco tempo depois, Bruna retorna a ligação e avisa que estava na inauguração da nova sede do Sebrae. Conhecendo a Bruna como conheço, naquele momento descartei a possibilidade de ela chegar para um bom papo.

Enquanto Lúcia Hippolito traçava o cenário para as eleições de outubro, tentava falar com o Lenilton. Nada também. A festa estava montada e o bolo era duplo. Nunca tive uma festinha com um bolo tão legal. Um comentário da Hippolito me chamou a atenção: “O Roriz é a causa e efeito desses escândalos no DF. Fiquei surpresa quando ele se disse horrorizado na TV”, afirmou, sorrindo quase em gargalhadas.

É, deixa a política de lado e vamos nos concentrar no bolo. Já se aproximava das 21h quando decidi que não ficaria mais lá. Às 20h47 peguei meu carro e saí em direção ao Plano Piloto. Quando o relógio marcou 21h08, recebi um telefonema da Bruna perguntando se ainda dava tempo de chegar. Claro que respondi que não. O Lenilton? Esse ainda me deve uma explicação.

Pelo relato do texto, meus cinco leitores podem perceber que eu sou, sim, louco por horários. Não gosto de esperar ninguém e, por isso, não deixo ninguém esperando. Meu avô me ensinou a ser assim. Com ele, ou era pontual ou nada. Não sou lá tão radical, mas ainda carrego esse gene do eterno Sebastião Oliveira, mineiro do mais alto pedigree.

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