quarta-feira, 5 de abril de 2017

Merci beaucoup, ZAZ!

Algumas vezes, mesmo para quem tem por ofício a escrita, descrever algo ou simplesmente narrar um acontecimento se torna penoso. Isso porque se corre o risco de não ser fiel ao fato, de não conseguir passar ao leitor aquilo que realmente ocorreu em determinado tempo/espaço da história. Pois bem, mesmo com esse temor em mente, vou tentar aqui passar um pouco do que foi ZAZ por Brasília.


Para quem não sabe, ZAZ é uma talentosa cantora francesa que hoje espalha doçura e alegria por meio de seus sorrisos, gritos e ritmos por onde passa. Demorou anos, mas finalmente uma turnê dela veio bater em nossa capital. Como não poderia deixar de ser, comprei o ingresso com meses de antecedência. O que não adiantou muito, pois o show foi meio esvaziado. Fato que não poderia ter ocorrido, pois ZAZ merece público de Maracanã em seus melhores dias. Sem o majestoso e lendário estádio, coube à pacata casa de shows Net Live Brasília tamanha honraria.

O local não ajudou muito. Logo na entrada comentei com Veruchka e Gabriel: “ZAZ no Brasil é como Sidney Magal na Europa. Só vai quem conhece”. E é uma verdade. A plateia contou com a comunidade francesa em Brasília e brasileiros como eu, que conhecem um pouco e gostam da cultura francesa. Talvez tenha sido melhor, pois o ar-condicionado do local não suportou o público e o calor tomou conta. Realmente, ZAZ merecia algo melhor. No entanto, em Brasília, hoje, não temos boas casas para espetáculos. Fica o registro.

Se por um lado a casa decepcionou, por outro a cantora compensou. “La fée” (A fada) foi a primeira canção. Com arranjos novos, se comparado à gravação do CD, a música encantou como cartão de visitas. Lindo desempenho da bela moça que corria e gritava pelo palco com seu vestidinho colorido. Para cativar o público, ZAZ se arriscou no idioma de Camões. Boa noite Brasília! Gosto sempre que um artista internacional tenta agradar o público com gestos como esse. Sei lá. É algo que me faz pensar: “Legal! Ela se interessou por nós”.

Mas, sem graça e meio tímida, logo retomou o francês. Perguntou quantos da plateia falavam francês. Pediu para que levantassem a mão. Uma galera! Eu nem me arrisquei. Fiquei quietinho na minha, como um bom menino de Alexânia ao entrar numa loja de cristais. Fiquei encantado assim que ela se retirou do palco e o telão atrás começou a rodar imagens dela cantando “Si jamais j’oublie” (Se eu me esquecer). É uma das músicas mais bonitas. Fala exatamente do amor dela pela música, pelos gritos e pelo canto. Fantástica!

O mais divertido do show foi ver minha sobrinha Isadora com as amigas e amigos do colégio. Era uma alegria só. Ah, e ver Veruchka gravar várias partes do show também foi divertido. Eu sempre acho que tem coisas que devemos ver e guardar. Esse show era uma dessas coisas. Foi lindo! Mas tenho de agradecer de antemão essa ousadia da Veru. Agora tenho boas lembranças desse dia. :)


Como não poderia deixar de ser, o momento mais aclamado da noite foi quando ZAZ mandou “Je veux” (Eu quero). Nessa hora, parecia que todo mundo sabia a música. Até eu arrisquei cantar alguns pedaços. Mesmo que baixinho. Hehehe Para encerrar a noite, “On ira” (Nós iremos). Nessa hora, Isadora já estava bem cansadinha e saímos antes do Au revoir!

Cara, foi uma noite para ser lembrada. Quem não foi, perdeu. Ou não. O gosto é algo sempre discutível. Mas para mim, foi um belo show. Valeu a grana empenhada, a chuva de leve na entrada e a chegada tarde em casa. Tudo recompensado pela bela voz e talento de ZAZ, essa menina que já é grande e será ainda gigante. Que noite, amigos. ZAZ, merci beaucoup!

OBS: O trompetista da ZAZ é um capítulo à parte. Talvez um dia escreva sobre...

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