quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Botafogo, preciso te dizer algo

Estou ficando velho e já não controlo tão bem minhas emoções. A estreia do Botafogo na Libertadores 2017 mostrou o quanto posso ficar tenso por conta de uma paixão. Acompanhado de amigos, num certo momento, eu simplesmente desisti do jogo. Era muita tensão desnecessária. Imagine que você se organiza para ver um jogo de futebol que, teoricamente, deveria ser um momento de prazer e simplesmente não consegue ter prazer.

Percebi minha incapacidade no momento do segundo gol. Já ganhávamos por 1 a 0, mas quando a bola balançou a rede e que eu fui levantar da cadeira para comemorar, simplesmente perdi as pernas e sentei-me no chão mesmo. É demais para mim. Como posso seguir a partir deste ponto?


O Botafogo, para quem me conhece, é algo importante em minha vida. É amor sim. Amor gratuito, daqueles sem vergonha que fazem você passar raiva, xingar, chutar e perder o sono. Mas é amor verdadeiro, daqueles que te fazem acordar sorrindo, cantarolando músicas que nem mesmo você sabe a letra. Assim é essa relação. E só quem é Botafogo pode entender do que estou falando.

TEM COISAS QUE SÓ ACONTECEM COM O BOTAFOGO. Na boca de comentaristas, narradores e até de outros torcedores, essa frase não faz tanto sentido. Saída da boca de um botafoguense, ela simplesmente resume o que é o Botafogo. Superstição, amor, raiva, paixão, decepção, glória, fracasso... tudo no mesmo balaio e em poucos minutos. Quem consegue lidar com isso? Eu não mais. Não tenho mais 15 anos. O coração precisa ser preservado para coisas maiores como esposa, filhos, netos...

Botafogo, você continuará sendo meu Botafogo. O mesmo de sempre. Mas não posso, ou não devo, deixar que nosso amor destrua uma das partes desta relação duradoura. Estarei contigo, sempre. Mas não espere mais tanto de mim. O coração precisa ser forte e você castiga demais, mesmo nos momentos de suprema alegria como na vitória contra o Colo Colo.




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