Estou
ficando velho e já não controlo tão bem minhas emoções. A estreia do Botafogo
na Libertadores 2017 mostrou o quanto posso ficar tenso por conta de uma paixão.
Acompanhado de amigos, num certo momento, eu simplesmente desisti do jogo. Era muita
tensão desnecessária. Imagine que você se organiza para ver um jogo de futebol
que, teoricamente, deveria ser um momento de prazer e simplesmente não consegue
ter prazer.
Percebi
minha incapacidade no momento do segundo gol. Já ganhávamos por 1 a 0, mas
quando a bola balançou a rede e que eu fui levantar da cadeira para comemorar,
simplesmente perdi as pernas e sentei-me no chão mesmo. É demais para mim. Como
posso seguir a partir deste ponto?
O Botafogo, para quem me conhece, é algo importante em minha vida. É amor sim. Amor gratuito, daqueles sem vergonha que fazem você passar raiva, xingar, chutar e perder o sono. Mas é amor verdadeiro, daqueles que te fazem acordar sorrindo, cantarolando músicas que nem mesmo você sabe a letra. Assim é essa relação. E só quem é Botafogo pode entender do que estou falando.
TEM
COISAS QUE SÓ ACONTECEM COM O BOTAFOGO. Na boca de comentaristas, narradores e
até de outros torcedores, essa frase não faz tanto sentido. Saída da boca de um
botafoguense, ela simplesmente resume o que é o Botafogo. Superstição, amor,
raiva, paixão, decepção, glória, fracasso... tudo no mesmo balaio e em poucos
minutos. Quem consegue lidar com isso? Eu não mais. Não tenho mais 15 anos. O
coração precisa ser preservado para coisas maiores como esposa, filhos,
netos...
Botafogo,
você continuará sendo meu Botafogo. O mesmo de sempre. Mas não posso, ou não
devo, deixar que nosso amor destrua uma das partes desta relação duradoura.
Estarei contigo, sempre. Mas não espere mais tanto de mim. O coração precisa
ser forte e você castiga demais, mesmo nos momentos de suprema alegria como na vitória contra o Colo Colo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário