quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Brasília sem horizonte

Há três dias nós, moradores de Brasília, perdemos o nosso lindo horizonte. Não é exagero. A fumaça das centenas de incêndios que castigaram o cerrado nestes quatro meses de seca, somada à poeira das obras inacabadas da nossa cidade, cobriu os nossos pontos cardeais. Norte, sul, leste, oeste e todos os derivados dessa combinação de direções desapareceram.

Estive ontem na Praça do Cruzeiro, onde foi celebrada a primeira missa no quadrilátero que receberia a nova capital. O local é o mais alto ponto do Distrito Federal e fica perto do Memorial JK. De lá, um breve giro de 360º permite a contemplação de todo o horizonte da nossa bela terra. Mas nos últimos três dias isso foi impossível. O cenário é, no mínimo, lamentável. Para deixar registrado esse momento ímpar, pois nos 29 anos que moro em Brasília nunca vi algo igual, resolvi escrever algo diferente. Não sou bom nisso, mas segue aí para meus sete leitores.

Cadê meu horizonte

A alvorada despertou meus filhos
do Planalto Central, mostrei meu horizonte
Anos após anos fui digna de imagens e momentos
nunca imaginei ser pega assim, de surpresa

Um perguntou: o que ocorre?
o outro foi direto: que dia feio
Sofri com a fumaça e a poeira
perdi o horizonte da Praça do Cruzeiro

Mas, como sempre, vou sobreviver
a água limpará o céu e mostrará seu esplendor
A meus filhos peço paciência
tenho algo guardado com muito amor

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