quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Provocado, respondo e publico

Fui provocado por amigos durante a semana. Disseram que, além de desatualizado, meu blog simplesmente não comentou as eleições municipais e estava perdendo a chance de tecer um comentário sobre a vitória de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos. Pois bem, digo que cutucaram a onça com vara curta.

Acompanhei por meio da imprensa as disputas em território do império norte-americano. Confesso que me impressionei com duas coisas. A primeira, um negro conseguiu vencer uma prévia no partido Democrata. É claro que isso jamais ocorreria no partido Republicano, mas foi um começo. Depois de ganhar da senadora Hillary Clinton, a vitória de Obama sobre o republicano John McCain era questão de tempo. E assim foi.

O cientista político americano Terrie Groth, ministrando aula na Universidade de Brasília (UnB), defendeu com veemência a eleição de Obama. Citou a crise econômica mundial, provocada pela bolha imobiliária nos EUA, como o fim do período republicano no poder. Além disso, o desgaste republicano com a guerra no Iraque – considerado um dos maiores erros do presidente Bush nos seus oito anos de mandato – foi outro fator levado em conta.

O segundo item que chamou atenção foi a participação no pleito. Acreditem: 64% dos americanos votaram. Seria ridículo a gente achar isso muito no Brasil, onde o voto é um dever e não um direito. Mas nos EUA, onde o voto é facultativo, essa parcela da população indica que o país clamava por mudanças. Apenas em 1908 o índice de participação foi tão elevado. Para se ter uma idéia, na última eleição o presidente Bush foi eleito em uma disputa onde apenas 38% da população votante compareceram às urnas.

Mas o que fez esse índice saltar tanto em apenas quatro anos? A participação de negros e jovens. Levados pela onda da Obamania, eles passaram até 8 horas em filas aguardando para votar. O resultado foi um massacre.

A chegada de um negro à Presidência dos EUA é uma conquista não apenas para os americanos, mas para todos os negros que sofrem discriminação em todos os cantos do mundo, principalmente aqui no Brasil. A etnia, de um modo geral, renova suas forças na luta contra o racismo.

Minha confiança era tanta na vitória do democrata que apostei, ao lado de mais quatro companheiros, uma caixa de cerveja no sucesso de Obama. Bem, não precisava ser nenhum gênio para perceber as conjecturas que se formavam e acertar o palpite. Sorte a minha.

Espero que a eleição de Obama me renda outras conquistas. De uma forma macro, espero que ele olhe para a América Latina com mais atenção. Que estreite ainda mais a relação com o Brasil e que, um dia, perceba que o protecionismo americano sobre produtos agrícolas brasileiros é uma bobagem.

Enquanto isso não se concretiza, vamos pensar em 2010, quando, ao que parece, o presidente Lula finalmente sairá do poder. A prévia ocorreu no mês passado e o retrato das eleições municipais coloca o PMDB em situação privilegiada.

O próprio senador Aloízio Mercadante (PT-SP) está preocupado. Disse que vai cobrar a fatura do PMDB pelo apoio petista já nas eleições para a Presidência do Senado. Tião Viana é o nome da companheirada. O PMDB procura emplacar o ex-presidente José Sarney. Alguém quer apostar comigo uma caixa de cerveja de que o PMDB vai fazer seu jogo e o PT, como diria o velho lobo Zagallo, vai ter que engolir?

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