sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Quase 7 mil dias de saudade

Demorei alguns dias para começar esse relato. Pouco dias, na verdade, se comparado aos milhares de dias que demoramos para nos rever. Tentando pensar em exatidão, algo perto de 6.948 dias. Em anos, 19. A expectativa e ansiedade eram enormes, desde o dia em que confirmei minha ida a São Paulo. Carolina Ferrucci Monção, chegou a hora de você ser minha personagem neste humilde espaço.

Se você, leitor, tivesse que descrever uma pessoa e tivesse que fazer isso com apenas uma palavra, como seria? Me fiz essa pergunta depois que retornei para casa. No caso da Carol, seria uma covardia ter que limitar todas as suas virtudes em uma única palavra. Nem o poeta mais refinado conseguiria fazê-lo. Sucede-se o relato, então, de tudo isso em centenas, talvez milhares de palavras.

Nunca tinha imaginado sentir o que senti. Ainda em Brasília, ela me alertou sobre aterrissar em Congonhas: “fique de olho o quanto o avião passa perto dos prédios”. Realmente, é algo diferente e emocionante. Antes de pegar minha mala, ao melhor estilo Carol, ela mandou a seguinte mensagem:


E saí rumo à Pizza Hut, passando entre pessoas que se espremiam no desembarque doméstico. Na minha cabeça, esperaria por ali uns 15 minutos. Eis que sinto um toque no ombro e ao me virar, vejo uma pessoa sorridente, de abraço fácil e carinhoso, a dizer: Oiê! Ela já estava lá e armou essa para mim. Como negar um abraço? Irresistível! Sim, 19 anos depois e pude sentir novamente esse abraço aconchegante e cheio de amor.

Claro que os dias que sucederam foram incríveis e tenho a comentar pouco sobre eles por aqui. Seria um texto muito longo. Vale a pena comentar dois episódios. Talvez, três. O primeiro é que ganhei uma lasanha de boas-vindas. Nham, nham!!! Carol se uniu a doce e meiga amiga Andreza e fizeram uma delícia dessa, harmonizada com um bom vinho verde e regrada a boas lembranças e novas histórias. Se o mundo acabasse naquela hora, não ia achar ruim não. Afinal, a Carol é simplesmente surpreendente.

Andamos muito. Nossa, como andamos naqueles dias. Ela mostrou disposição de atleta olímpico. Me levou a "tudo que tuá" com tanta empolgação que não poderia negar-lhe um sorriso a cada minuto. E sorrimos muitas vezes, gargalhamos outras tantas e brincamos demais com a vida. E ainda teve o Tico e o Fubá, dois gatos malandrinhos que gostam de quem gostam deles. E, claro, eu gosto muito de animais e vocês já sabem disso. Então, o Fubá até ensaiou uma soneca comigo uma vez. Se Zizou ou Amélie sonham com isso, estou frito.

Todo dia era sempre o mesmo sorriso. O cansaço só nos vencia na hora de ver filmes. Era cada “pescada” no meio da trama... E no último dia, com toda dedicação e animação (não sei de onde ela tira tanta animação assim), Carol me levou para dar uma volta na Avenida Paulista, que ESTAVA ABERTA naquele dia. Bandas de rock, emos, nemos, ciclistas, equilibristas, altruístas, masoquistas, sadistas e tudo que você puder imaginar estava por lá. Uma vida vivida de forma bem vivida.

Ah, Carol! Ah, Carol! Só posso agradecer por tudo isso que você é. Não consigo explicar tudo isso. Depois de 19 anos, a amizade nunca mudou. Aquela quinta-feira, no aeroporto de Congonhas, parecia ser apenas o dia seguinte ao último dia que te vi aqui em Brasília. O B1 e o B2 vestidos com a camisa da Legião Urbana arrebentam desde a década de 1990. Que mais e mais anos nos acompanhem para todo o sempre. Obrigado, Carol ou Nega. Obrigado por ser sempre assim: você. Ah, e se me permite descrevê-la em uma única palavra, ouso escrever: “AMOR”. Se cuida, mas nem tanto!

Carol com Tico e eu com Fubá


2 comentários:

Unknown disse...

Oun! Que delícia de amigo!
Um amigão desse tantão!
Na verdade, me arrancou sorrisos e disposição porque atleta não sou não!

Beijo

Evan do Carmo disse...

Em uma palavra: "Amizade-meiguice-fraternal."

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