terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Nada é nada ou nada é tudo?

O amanhecer hoje foi um pouco diferente. Despertei com uma vontade danada de escrever, sobre tudo e sobre nada. Escrever apenas. Ultimamente tenho pensado nisso. O ofício de jornalista me faz escrever. Todos os dias, escrevo. É uma nota, uma reportagem, um e-mail, uma mensagem nas redes sociais... E por aí vai. No entanto, nem todo dia tenho vontade de escrever. O faço porque necessito.

O paradoxo na minha vontade de escrever hoje está justamente no que escrever. Apesar de querer dissertar linhas e mais linhas, me faltam assuntos ou mesmo um único assunto. Ao tomar meu café da manhã, fiquei pensando nisso. Escrever sobre a vida? Ah, tanta gente o faz a toda hora. Sobre política? Nem comece. Religião é confusão. Futebol é chover no molhado. Sentimentos? Como diriam os gaúchos: Bah! Então caio no nada.

O nada também tem suas virtudes. Não direcionar palavras é uma forma de não julgar atos, situações ou pessoas. O nada, na verdade, é charmoso. Imaginar a ausência de tudo já nos faz pensar em algo grande. Por falar nisso, ainda não chegaram à conclusão sobre de onde surgiu tudo que conhecemos, não? O Universo, não é mesmo? De onde veio? Do nada? O nada pode ser muito misterioso.

O nada pode ser e também pode não ser. Quando alguém tenta mostrar desprezo por algo ou alguém, ela responde: nada. Amigos meus, inclusive, morrem de medo desta resposta. Quando perguntam às mulheres: Meu amor, o que ocorreu? E a resposta vem curta e seca: NADA. Praticamente suas vidas passam pelas suas cabeças em fração de um mísero segundo. Nesta hora, o nada volta a poder ser tudo.

O charme do nada está aí. Meu texto, neste momento, não diz nada com nada. Mas passa uma mensagem: a minha vontade de escrever. Se tu tens uma vontade não perca tempo e execute-a. Você não tem nada a perder, apenas pode ter a frustração de não ter feito nada para que sua vontade prevalecesse sobre o tudo.

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