segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Solta o calcanhar dele, Calvin

Vergonha deveria ser a palavra certa para descrever o que o Calvin tem aprontado ultimamente. Baixinho, ele não perde tempo em dar umas boas dentadas nos calcanhares distraídos que passam por perto de sua grande boca. O “bote” parece de uma cobra: rápido e certeiro. E nós, responsáveis por sua educação, ficamos com cara de chinelo com familiares e visitas.

Na sexta-feira, o amigo Eduardo veio nos visitar. Paloma e eu pensamos: “que legal. Vamos levar o Calvin pra casa para ele conhecer nosso amigo e se divertir”. Tudo estava arrumado. Só faltou combinar com o Calvin. Faltou. Por volta das 16h30, depois de arrumar a casa, fui buscar o mascote. Alegre, esse Jack Russel Terrier logo percebeu que sairia para mais uma festinha. Antes mesmo de pegar sua comida e seus brinquedos, ele já pulava em minhas pernas e corria para a porta de saída. Entrou no carro e, para variar, colocou a cabeça para fora da janela. Aliás, isso é novo nele. Tenho deixado a janela aberta só com espaço para ele colocar a cabeça. Porque da última vez que fiz um teste com toda janela aberta, ele simplesmente saltou do carro, que estava a uns 15km/h. Foi sofrido.

Em minha casa, Calvin já se sente a vontade. Sobe no sofá, corre pelos quartos, lancha na área de serviço e espera a hora de descer. Começo a acreditar que ele está se acostumando com o apartamento. Tomara. Já passava das 20h quando decidimos levar o Calvin junto para buscar o Eduardo no aeroporto. Chegamos e ficamos no estacionamento por mais de meia hora. Calvin, claro, ficou numa agonia danada e começou a latir para rodas, carrinhos, sapatos e tudo mais que conseguir enxergar por debaixo do carro. E todos olhavam admirados.

Eis que Eduardo chegou. Ao longe fiz sinal para ele. Apesar da grande miopia, percebeu ser eu a gesticular. Ele não sabia da presença de Calvin e foi chegando, chegando... Aí veio o “bote” certeiro... Em menos de um segundo, Calvin, o veloz, salta e cai de boca no tênis do Eduardo. Paloma acredita que Calvin teve ciúmes de mim. Não sei ao certo, mas pode ser. Sempre que estou por perto o comportamento dele é esse. E quando estou longe, segundo relatos, é de um cão mais tranquilo.

Entramos no carro e Calvin continuou. Eu no volante, Eduardo no banco do passageiro e Paloma se gladiando com Calvin para que ele parasse de latir e tentar morder o Eduardo. Uma decisão foi tomada: “vamos deixá-lo na Veruscka”. Tadinho, saiu para passear e agora iria voltar para sua casinha. No meio do caminho, Calvin parou de latir. No entanto, consideramos ser mais prudente levá-lo para lá. A noite seria de bons papos e cerveja gelada.

Não foi a primeira vez que Calvin, o mordedor, conseguiu achar um pé. Na chácara do meu pai, certa vez, o deixei embaixo do pé de caju enquanto arrumava algumas coisas. Meu irmão veio todo distraído e passou por perto. O “bote” mais uma vez foi certeiro e o sangue escorreu pelo pé. Não que as mordidas do Calvin sejam fortes. Os dentes são afiados. E ele morde, na maioria das vezes, por brincadeira. Mas isto, poucas pessoas entendem. De qualquer forma, o Calvin continua nos oferecendo bons momentos de alegrias e risadas.

Nenhum comentário:

Ep. 2 - Um plano infalível

 Não demorou muito e precisei deixar a casa dos meus pais. Não sabia para onde ir ou a quem recorrer. Certo era que voltar a morar com eles ...