sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Planejando sempre. Executando o possível

Mais alguns meses sem escrever sequer uma linha neste humilde espaço. Tudo bem, as coisas não são mesmo como a gente espera ou planeja. Aliás, planejar não significa executar. Muitos planos são traçados no decorrer da vida. Alguns triunfam, outros se perdem no momento em que organizamos as prioridades.

2011. O ano se aproxima do fim. Em janeiro prometi a mim mesmo que faria outra viagem legal pelas lindas terras da América Latina. O tempo passou e me consumiu em outros projetos. Agora sei que 2011 não será um ano de viagens, mas de preparação para uma nova vida. Sim, uma vida a dois. Abandonei a odisseia latino-americana para dedicar-me à minha vida. O plano agora é constituir família.

Claro, isso não impede que eu faça a tal viagem. Mas agora será a dois, ou a quatro, ou a seis. Tudo depende da disposição de companheiros de viagens. Na última éramos quatro. Na próxima, se Deus permitir, seremos no mínimo cinco. Ah, os planos que fazemos. À minha cabeça vem aquele mapa amarelado – com um pingo de café derramado na noite enquanto você planejava – os sonhos do vento gelado no rosto, ou da brisa do mar no corpo.

O maior erro é pensarmos que executar os planos que fazemos depende apenas de nós. A vida nunca depende apenas de uma personagem. Não se trata de um monólogo ou de um mundo próprio. Tudo está relacionado. Assim como tudo no universo se direciona para o início e o fim ao mesmo tempo. Lamentar não muda a realidade. Fazer novos planos é necessário. Até porque, quem não sonha não vive. E quem não planeja não executa. Assim vou levando a vida. Planejando sempre. Executando alguns e mudando outros. O importante é não parar de sonhar e planejar.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sempre perfumes de mulheres

Olfato. Este é um dos sentidos que mais me agradam no corpo humano. Sem dúvida, mostra o que vai bem e o que não anda tão bem. Você pode ver algo que aparenta estar divino, mas quando sente o cheiro pode confirmar ou não a primeira impressão visual. Simples assim. E pelo olfato lembramos romances e relacionamentos no decorrer da vida. Quem nunca viu o clássico “Perfume de Mulher", com Al Pacino?

E foi passando por uma boa loja de perfumes que revivi a nostalgia de recordações que estavam esquecidas. Em primeiro lugar me veio à memória meu avô. Sim, um perfume clássico, robusto e sem frescuras. Estava à procura de um perfume novo para mim e, por isso, sentia fragrâncias masculinas. Logo, percebi alguns cheiros familiares no lado feminino da loja.

O primeiro, um J’Adore. Francês, suave, elegante e formidável. Ímpar na pele macia de uma linda mulher. Esse perfume me faz pensar naquelas mulheres meigas, carinhosas, amorosas e com uma atração diferenciada. É o tipo de perfume que marca um olhar, um sorriso e um primeiro encontro.
Depois, senti um tradicional Burberry. Esse me lembra mulheres de atitude. Mulheres que não brincam com o tempo e decididas. Um verdadeiro furacão de emoções. Falo do tradicional Burberry, pois depois de tantas variações fica difícil sentir o mesmo em relação aos outros.

O Angel é mais doce, coisa de mulher que gosta de ser “criança”. Em minha opinião, claro, é enjoativo. Você gosta quando o percebe, mas logo depois não quer mais senti-lo. Sem falar que mulheres que gostam de ser “crianças” dão um trabalho danado quando o amor se acaba.

Para terminar essa breve explanação, cito o 212 Sexy. E é verdade, é uma fragrância que sempre leva a outros caminhos. Sempre o percebo em mulheres “pra frente”, preparadas para uma boa noite. Não que sejam “mulheres da vida”, mas sim aquelas que sabem o que procuram em uma noite apenas. Nada de continuísmo.

E como na vida tudo tem começo, meio e fim, encerro este ensaio dizendo que, independente do perfume, mulheres são sempre mulheres. Dignas de todas as bajulações e de todo investimento. Mulher já é bom demais por natureza, cheirosa então...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Para que a vida tenha graça

Falar em muito trabalho ou mesmo que um dia é pouco para tantas atividades a se desempenhar em míseras 24 horas já é algo batido. Os dias me ocupam. Esta constatação não é só minha. É sua também. Veja bem, quanta coisa você gostaria de fazer e não consegue? Posso enumerar várias em algumas linhas. E olha que não sou vidente.

Mas nesta tormenta em que se transformaram nossas vidas, precisamos tomar cuidado para apenas não nos frustrarmos. Os encontros com a família e com os amigos são refrigérios para a mente, a alma e o coração. Valorize-os. Não perca tempo se chateando com um comentário ou algo que não saiu da forma como você gostaria. Ninguém é perfeito. Nem você é perfeito.

E aí mora a graça. As imperfeições, sim, transformam cada pessoa em um ser único. Se todos fossem perfeitos, tudo seria igual. Sem novidades. Sem polêmica. Sem os “dois lados”. Deguste a palavra do outro e a maneira como vive. Tudo conta no grande aprendizado da vida.

Digo isso porque estou aprendendo a superar meus preconceitos a cada dia. E como temos de nos matar para superar algo enraizado, cultivado e forjado durante anos de uma vida curta. E sim, a vida é curta. O que são 100 anos em relação à eternidade? Nada.

Viver é mais fácil e simples do que planejamos, esperamos ou executamos. É contemplar o que se esquece por conta da correria. É aproveitar o breve momento de um sorriso. É apertar com força seu filho, afilhado, sobrinho ou qualquer criança que te procura. É dizer “bom-dia”, “obrigado” e desejar sucesso sempre ao próximo. O que oferta aos teus terá em dobro ainda em vida.

Bem, meus caros leitores, fica a dica. Não sou exemplo e nem pretendo sê-lo para ninguém. Mas talvez se exercitar um pouco disso seu dia termine melhor que começou. E sua vida se transforme no decorrer dos anos. Assim espero, assim desejo que ocorra comigo e contigo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Conhece-te a ti mesmo

Não é fácil conhecer uma pessoa. Você pode conviver com ela durante anos e mesmo assim se surpreender com alguma atitude, alguma postura ou decisão tomada. Não coloco a culpa na outra pessoa. Chamo para mim a responsabilidade de tentar conhecer ao máximo as pessoas que me cercam todos os dias. Tarefa difícil e quase impossível.

Na Grécia Antiga, Sócrates escreveu: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o resto do universo”. Claro, conhecer-te a ti mesmo. Eis a questão. Não sabemos ao certo quem somos e como somos capazes de reagir a situações extremas. Me ocorre que ultimamente tenho tirado mais de 70% do meu dia ao trabalho. O convívio com os colegas desgasta e acabamos por dizer algo que possa entristecer alguém. Isso me incomoda.

Quando pego meu carro de volta para casa e entro, todos os dias, na larga Avenida do Eixo Monumental de Brasília faço uma breve avaliação das minhas atitudes durante as horas que antecederam o anoitecer. Confesso que quase todo dia percebo que muita coisa poderia ser diferente. Aquela palavra que não deveria ser dita. Aquela informação que deveria ser melhor trabalhada. Aquele bom-dia que poderia ter sido desejado com um sorriso maior no rosto. Aquela caneta que poderia ter recolhido para alguém. Aquele café que poderia ter oferecido... Tudo me vem na memória.

Tenho aprendido a fazer duas coisas no dia. Quando me levanto, e isso ocorre sempre às 6h, peço a Deus para que eu possa fazer o bem. Planejo ações e tento executá-las. Ao fim do dia, como dito, faço o balanço. Um dia, tenho certeza, vou ter mais o que comemorar. Hoje, busco o autoconhecimento. Porque o homem é apenas uma partícula na imensidão do universo. Mas a complexidade de seu intelecto se parece, segundo cientistas da pós-modernidade, com a complexidade do universo. Talvez, por isso, Sócrates tenha sido tão feliz em sua colocação. “Conhece-te a ti mesmo”. Por aí vou, tentando acertar mais que errar na vida. Experimente isto.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Pós-modernidade: o bem vence o tempo

“O problema das pessoas é que o mundo evoluiu e já se passou da modernidade, atingindo um estágio pós-moderno capaz de descaracterizar toda e qualquer intenção de se fazer o bem”. A frase foi pronunciada antes das 7h de uma quinta-feira em algum lugar da capital da República Federativa do Brasil. O adolescente, que acordara cedo de mau-humor, ficou pensando naquilo enquanto esperava por um pão quente na chapa.

Estranho despertar para um ser que ultimamente só se preocupa com espinhas, futebol, iPod e uma possível paixão em sua escola. Mesmo assim, enquanto saturava seu leite de Todd, resolveu se aventurar em desvendar o que tal frase significava naquele momento. O avô, que acordou um pouco mais tarde, por volta das 7h20, foi pego de surpresa ao ser questionado sobre o que havia mudado tanto que atrapalhava as pessoas a fazer o bem. Meio acordado, meio dormindo, disse: “o dinheiro, a violência e o egoísmo”.

Em meados de 1960, um outro adolescente se deparava com questionamento parecido, mas nem tanto enigmático. “O que faz o homem voar e chegar à Lua? Eis a grande questão a ser resolvida pelo então jovem que hoje é avô. Passados 50 anos, cinco décadas ou duas gerações, se fala em pós-modernidade de uma forma estranha. O que é moderno já é ultrapassado? O pós-moderno é o futuro? Não sei.

A evolução da tecnologia com o uso massivo do computador, do celular, de veículos que estacionam sem condutor e outras tantas coisas estão no cotidiano do adolescente, que agora já saboreia seu pão feito na chapa. Com a boca cheia, fixando o olhar para o chão, deixa escapar: “Vocês não entendem nosso mundo. É diferente”.

Os avós ficam pasmos, mas concordam. Ora, quando tinham 14 anos não contavam com tanta tecnologia, que hoje é um mundo distante. Ligar um computador, mandar e-mail, twittar... Nossa, quanta coisa estranha. Mas o avô não perde tempo e começa a falar com neto.

- Sim, meu filho. Os anos passaram e nem sempre nós, que parecemos dinossauros em meio à extinção, acompanhamos sua evolução. Mesmo assim, tem algo que nem o tempo, nem o avanço tecnológico, nem nada pode mudar: o caráter de uma pessoa. Seja na pré-história, na época de Cristo, no mundo medieval, na Revolução Francesa, nas duas Guerras Mundiais, na modernidade ou nessa tal pós-modernidade, nada pode mudar a honestidade, a generosidade e a solidariedade de uma pessoa do bem. Fazer o que é bom sem olhar a quem. Isso ultrapassou os tempos e nunca será perdido, pois no coração do homem existe um “cômodo” cheio de carinho, amor e fraternidade. Nunca te esqueças disso e ajude a fazer com que essa mensagem não seja desvirtuada pela pós-modernidade.

O neto achou que o avô estava “viajando” naquele momento, mas sentiu algo em seu coração. O fruto de tal conversa só foi conhecido quase uma vida depois. No leito de morte, o neto, que agora se tornara avô de sete crianças, chama a esposa e pergunta em seu último sussurro de vida: “eu venci a pós-modernidade?” A esposa, que minutos depois se tornaria viúva, respondeu:

- Meu amor, em minha vida sempre vi pessoas querendo tirar proveito das outras. O jeitinho brasileiro foi algo presente nas rodas de amigos e também sociais. Ao te conhecer, notei que poderia haver algo diferente daquilo que eu havia vivido até ali. Exemplo de solidariedade, compromisso, dedicação e amor, você não só venceu a pós-modernidade, mas também o que vem depois dela e o que virá daqui há séculos. As palavras voam, mas os exemplos arrastam. E você arrastou uma família e duas gerações para darem continuidade à essa mensagem. Eu te amo!

Ao ouvir isso, o adolescente que comera aquele pão na chapa entregou-se ao destino da vida, certo de que os ensinamentos que aprendera com seu avô foram passados para outras gerações.

Ep. 2 - Um plano infalível

 Não demorou muito e precisei deixar a casa dos meus pais. Não sabia para onde ir ou a quem recorrer. Certo era que voltar a morar com eles ...