terça-feira, 11 de março de 2008

Brasília, doce Brasília

Não é todo dia que a gente se anima em jogar uma pelada às 23h. Pois bem, nesta segunda-feira fui tentado pelo nobre jornalista Leandro Galvão (Timbú), que me intimou para algumas partidas com os camaradas no Arena (Setor de Clubes Sul). Após pensar diversas vezes, saí para o local às 22h15.

Corri, mas não foi o suficiente. Bati no lugar errado. Quando cheguei ao Celva (Cruzeiro), que fica a uns 7 km do Arena, vi a besteira que tinha feito. Tudo bem, corri e cheguei a tempo de entrar na primeira partida. Não foi contar muito da pelada, mas saibam que fiz três gols e saí satisfeito à 0h40.

O que realmente quero comentar é a minha volta solitária para casa. Mais solitário que um vilão de filme mexicano, decidi fazer um tour pela minha nobre Brasília. Ao som de Legião Urbana – nada melhor para refletir Braília –, subi pela avenida L4 Norte e retornei para pegar o Eixo Monumental, cumprindo parte do trajeto que o presidente da República faz quando sai do Palácio da Alvorada para o Palácio do Planalto.

Quando tomei o Eixo Monumental, uma leve neblina encobria o mastro da Bandeira Nacional e parte do anexo 1 do Congresso Nacional (o prédio em forma de H), por volta de 1h. O silêncio, quebrado só pelo som do carro, nada parecia com o agitado fluxo de veículos dos dias de semana.

Subi e ao passar entre o Palácio do Planalto e a grande praça que fica em frente, percebi o quanto perdemos por falta de iluminação. O Palácio estava lindo, mas a praça escura não deixava enxergar nem o monumento dos Dois Candangos. Só do outro lado era possível ver o prédio do Supremo Tribunal Federal.

Continuei meu trajeto e subi pela Esplanada dos Ministérios, passando antes pelas cúpulas do Senado e da Câmara dos Deputados. Pelo menos naquela hora do dia não havia negociatas e nem espertezas por parte daqueles que se dizem representantes do povo. Estava o prédio ali, vazio, esperando pelo grito de uma Nação. A leve neblina parecia querer ocultar algo, mas deixei a Legião tocar mais alto e segui adiante.

Passei por diversos Ministérios, sempre pensando nas mazelas dos políticos que desviam milhões de reais desses gabinetes, que ao mesmo tempo em que tão perto, tão longe de qualquer cidadão. O acesso é praticamente impossível a um mero mortal. Como jornalista já tive acesso a vários deles, mas como cidadão nunca me aproximei. Não que o jornalista não é cidadão, mas a verdade é que os políticos têm uma relação de amor e ódio pela imprensa e isso faz de nós pessoas diferentes. Eles nos convidam quando pertinente e nos expulsão quando não querem nossa presença. Lamentável.

Depois de quase 5 minutos dirigindo entre os Poderes, virei para a querida L2 Norte e segui mais uns 5km até minha casa. Fiquei com vontade de parar no caminho e patinar. Poderia ter feito isso na grande calçada do Museu Nacional e da Biblioteca Nacional, mas vai ficar para a próxima. Estava cansado e o dia começaria às 6h, quando teria de trabalhar no site Minas em Brasília. A vida é assim mesmo. Aproveite ao máximo e nunca menospreze as coisas que estão perto de ti. Podes não dar valor porque elas parecem cotidianas. Mas curtir uma simples volta para casa em Brasília é algo que me alegra e me faz sentir amor por essa cidade, taxada como casa de corruptos e outras mazelas.

Mas, vale lembrar, a Câmara tem 513 deputados e só oito são do Distrito Federal. Dos 81 senadores, apenas três são do DF. Dos cinco presidentes que o Brasil teve após a redemocratização, na década de 1980, nenhum é do DF. De onde vêm, então, os corruptos brasileiros?

3 comentários:

Paula Barros disse...

Passei, levei um trecho que estou enviando por e-mail. Colocando seu nome e o endereço do blog.
Espero não ter feito nada errado.
Qualquer coisa avisa.
Gostei. E se me fez ter vontade de enviar para outra pessoa, melhor ainda.
abraços.

Anônimo disse...

See here or here

Leandro Galvão disse...

Bicha.... essa cidade é uma merda

Ep. 2 - Um plano infalível

 Não demorou muito e precisei deixar a casa dos meus pais. Não sabia para onde ir ou a quem recorrer. Certo era que voltar a morar com eles ...