sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O urso e sua presa

O blogueiro passa por momentos de correria no trabalho e, por isso, não atualizou a página nos últimos dias. Para não deixar um espaço vazio aos meus seis leitores, publico esta foto surpreendente da mãe natureza. É a velha e boa cadeia alimentar.

Que precisão na Hora "H"

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Vai minha águia guerreira

Sem exagero algum. Samba como o que ouvi e vi na Marquês da Sapucaí não tem igual no mundo. A festa é marcante, deslumbrante e, acima de tudo, empolgante. O carioca pode se vangloriar do carnaval que tem. O Brasil deve se orgulhar desse ritmo. Sempre fui crítico do carnaval brasileiro pelo fato de que as escolas de samba, nas décadas de 80 e 90, mostravam muito nudismo. Não sou hipócrita, mas acho que criar filhos com o que se mostra na TV é um desafio.

Carro abre-alas da Portela. "Vai minha águia guerreira".

As regras do carnaval no Rio mudaram. A escola que desfilar com um membro sequer com as partes íntimas de fora perde 0,5 ponto na apuração. Vale lembrar que em 2006 a Beija-Flor venceu o carnaval com apenas 0,1 ponto de diferença da Grande Rio. Esse ano foi com mais folga.

Aí, com meus pensamentos sobre o carnaval, bati na Sapucaí no domingo para ver São Clemente, Porto da Pedra, Portela, Salgueiro, Mangueira e Viradouro. Para minha alegria o que vi foi a maior festa popular do mundo ocorrer diante dos meus olhos. Milhares de pessoas em um mesmo local para escutar, cantar, dançar, espiar, aplaudir, vaiar...

Mas antes de chegar à Sapucaí vale um comentário. Putz! Como andamos para ter acesso ao setor 13 (popular). Descemos na estação do metrô da Central do Brasil. De lá, acho que caminhamos uns 3 km até chegar ao local estabelecido pelo ingresso. Além da andança, os esbarrões nos foliões eram inevitáveis. Uma passarela leva o folião até os acessos da Sapucaí. Nessa passarela – como aquelas que se tem sobre vias – o agito é total.

O que se escuta são carros tocando o samba enredo das escolas. Não se fala em mais nada. Os cochichos e os comentários são de que este ano não haveria fraude no carnaval do Rio. Em 2006, houve suspeita de que a Beija-Flor teria comprado jurados e, por isso, havia levado o titulo. Tudo bem, bola pra frente.

O preço por ingresso para o setor 13 foi de R$ 20. Em setores como o 5, 7 e 9, os ingressos começa a ser vendidos por R$ 300. Os cambistas estavam vendendo na hora por R$ 450. E a festa é a mesma.

Entramos antes que a São Clemente começasse a desfilar. Outro grande assalto que senti no bolso - além do cobrador que me levou R$ 0,80 no primeiro dia - foi o preço da cerveja dentro da Sapucaí. Enquanto Goiaba e eu comprávamos duas Skol por R$ 2,00 do lado de fora, dentro pagamos R$ 3,50 por unidade da NovaSchin. Meus Deus! Hoje, em Brasília, admito minha burrice. Nossa, R$ 3,50 em uma Schin. Onde tava com a cabeça?

Não sei. Mas sei que tinha gringo para toda parte que olhava. Uma, cheia de caipirinha na cabeça, parecia que estava louca, deslumbrada com tudo. Estava vestida com uma roupa feita por ela mesmo com uma bandeira do Brasil e sandálias também com as cores brasileiras. Parecia que estava realizando um sonho de infância. De tão louca, se deixou fotografar e ainda saiu contando vantagem para os amigos.

Desfile de escola de samba, para quem nunca viu na Sapucaí, parece tudo igual. As escolas, as baterias... o que muda, na TV, são as cores, as fantasias e os carros-alegóricos. Que nada, na Sapucaí se percebe tudo. A São Clemente, que foi a primeira a desfilar, fez uma apresentação fraca. Goiaba, bom entendedor da coisa, disse-me:

- Não sei se você vai ver a campeã do carnaval, mas a que vai rebaixar você está vendo agora.

Dito e feito. São Clemente rebaixou e, de fato, não vi a campeã Beija-Flor, que passou pela avenida na segunda-feira (neste dia, estávamos mortos e ficamos em casa vendo pela TV).

Com dizia, na Sapucaí tudo é diferente. Lá, você consegue distinguir o bom do ruim. A Portela estava linda e, por isso, foi tida como uma das candidatas ao título. A bateria da Viradouro dá show. Impossível ficar parado. Salgueiro foi demais com o samba sobre o próprio Rio e o carioca. Mangueira também é boa, mas não fez um bom desfile e mereceu o 10° lugar.

A chuva não deu trégua. Sorte a gente ter comprado as capas de chuvas e não ter tomado aquela técnica comercial do carioca. Ficamos secos a noite toda. Só com os tênis um pouco molhados, mas nada que atrapalhasse a festa.

Michelle não resistiu a todos os desfiles. Na hora da Viradouro, que terminou por volta das 6h30, ela já dormia. Mas estava um pouco gripada e isso derruba qualquer um. Foi guerreira em não chamar para ir embora antes do fim.

Na hora de voltar para casa, mais caminhada. Desta vez pior, pois estávamos exaustos. Posso dizer uma coisa. Enquanto as escolas estão desfilando, não há cansaço. No entanto, quando a bateria da última escola pára de tocar, parece que o mundo cai sobre sua cabeça. É algo indescritível.

Pegamos o metrô, mais uma vez na Central do Brasil, com o dia ainda escuro. Um cara dormiu em pé de tão cansado que estava. Figura demais. Quando descemos em Botafogo e saímos da estação, já estava claro. O sonho de ter uma cama quentinha, após uma noite de chuva, se tornara realidade. O despertar ficou para às 15h, quando fomos ao Pão de Açúcar. Mas essa é outra história.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O pecado da gula - socorro

Dizem os filósofos que um dos maiores prazeres do homem é comer. Sim. Aperfeiçoar o paladar, apreciar um bom tempero, passar horas degustando sabores... enfim, comer é realmente muito bom. O que impressiona é a capacidade do homem em não parar de comer. Não é por acaso que a gula é um dos sete pecados capitais. No decorrer da história, temos exemplos de que desde o início o homem busca pelo sabor e pela quantidade.

Os gregos, por exemplo, promoviam banquetes que duravam dias. A prática para agüentar tanto tempo comendo é melhor não ser mencionada neste humilde espaço.

Mas, apesar de toda modernidade, o homem ainda é atraído pelos sabores maravilhosos impostos pelos bons temperos. Em uma visita à Barra da Tijuca, paramos para almoçar na Galeria Gourmet. Da mesma rede das Churrascarias Porcão, o espaço é uma tentação. A começar pela entrada, onde são armadas mesas com diversas opções que agradam a todos, sem exageros.

O esquema é simples, você paga pelo buffet (R$ 30) e come até agüentar. Entramos, digamos, varados de fome. A gente acordou em Botafogo, por volta das 9h, e comemos um singelo cereal. Saímos para passear e só paramos para almoçar às 13h40. resultado: a seguir.

Após arrumar uma mesa, resolvi ir ao banheiro. Para minha surpresa, o espaço reservado ficava nas profundezas do restaurante. Desci duas escadas até chegar a um lugar frio e silencioso. O meu medo era achar um corpo no local, como em filmes hollyoodianos. Não encontrei nada, só um banheiro super limpo e agradável. Subi e já tinha gente degustando uma boa picanha em nossa mesa.

Michelle e eu fomos, então, nos servir. Não sabia por onde começar. “É muita coisa”, comentei com ela. Na primeira rodada, peguei arroz a piemontesa, picanha, fritas, bolinho de bacalhau e um pouco de molho madeira. Maravilhoso! Após “degustar” tais aperitivos, parti para um bom salmão, acompanhado de arroz a piemontesa, molho de macarujá e frango empanado. Divino! A essa altura, Renata e Michelle estavam pedindo a sobremesa, mas Goiaba e eu resistimos bravamente.

Na terceira rodada, pizza. Goiaba olhou para mim e disparou:

- Bichona. Tanta coisa para comer e você me aparece com pizza. Muito bicha.

Ignorei. Afinal de contas sou louco por pizza como as Tartarugas Ninjas. Massa para dentro. Aí resolvemos dar uma de ignorante e partimos para mais um rond. Na quarta rodada, escolhi algo mais leve – a essa altura já não agüentava mais ficar na postura correta. O escolhido foi arroz à piemontesa, picanha e canelone, seguido por molho de maracujá. Ah, nesse prato também tinha um pedaço de salmão.

Todos olhando espantados para mim e me senti com vergonha. Mas como quem está na chuva é para se molhar, resolvi encarar o majestoso cardápio. Tudo para dentro, era hora da sobremesa. Nada melhor que um pudim de leite. Pedi então e encerrei os trabalhos. A essa altura, já se aproximava das 17h. Ao todo, ficamos praticamente três horas comendo. Um dia para não se esquecer. A única lamentação é que em Brasília não temos essa tipo de serviço à disposição.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

A enganação - Parte III

Cara, sem muita enrolação. Acho que encontrei a solução para todos os meus problemas. Agora, só falta coragem para acreditar em charlatões mundo afora...


Esse só faltou dizer que é ex-homem de caráter.

Plagiando o Timbú: sem mais para o momento.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Nas garras do malandro agulha

Carioca é um ser diferente dos outros. A malandragem conhecida mundo afora, a alegria carnavalesca e o oportunismo imediato são características dos nascidos no Rio. Em época de carnaval, essas três “virtudes” se afloram e quem não ficar esperto leva uma “técnica comercial” de volta para casa.

Primeiro dia na Cidade Maravilhosa e o trajeto entre Botafogo e Ipanema, feito também pela famosa linha 175, foi prova de que deveria abrir bem os olhos. Ônibus lotado e o ponto de ônibus também. Eis que surge a linha sugerida por Gabriel, o pensador.

Eduardo e Renata entram correndo, enquanto Michelle e eu ficamos para trás. Entrego R$ 10 ao cobrador e ele me devolve troco de R$ 5. Tudo bem, pensei, em Brasília a passagem de ônibus também é cara.

No regalo do sol de Ipanema, tomando uma cerveja, pergunto ao nobre amigo carioca:

- Goiaba (apelido do Eduardo), quanto é a passagem aqui?
- R$ 2,10, por que?
- Porque fui roubado em R$ 0,80. O viado do cobrador me devolveu apenas R$ 5 de troco.


Sem papas na língua, Goiaba não perde tempo, solta uma gargalhada e diz: “Muleque, você é muito burro. Tem que ficar atento por aqui senão vão de roubar sem que perceba”.

Bola pra frente. Esperto às malandragens que poderiam aparecer no meu caminho, percebi que realmente o carioca tenta se aproveitar ao máximo dos gringos que lotam a cidade no carnaval. No dia seguinte, estávamos nós mais uma vez na parada esperando o 175. Desta vez, o destino era a Barra da Tijuca. Após a engabelada sofrida na mesma linha, Goiaba decidiu que sempre pagaria as quatro passagens de uma vez só.

Entramos e ao sentar vi uma cena inusitada. O ônibus pára em Copacabana e entra um gringo – não sei se argentino, uruguaio, chileno ou coisa parecida – e pergunta em um bom “portunhol” ao cobrador:

- Esta ônibus ya a barro Recreio? Estoy necessitado de chegar ao Recreio.

O cobrador manda o gringo entrar, pagar (é claro) e passar a roleta. Após todo o ritual, ele responde:

- Esse ônibus não vai não. Mas fique aí e quando chegar na Barra eu falo para você descer e pegar outro.

O gringo não questionou nada. Simplesmente esperou acontecer. A essa altura estava me perguntando quanto o gringo tinha pagado na passagem. Pelos meus cálculos, se eu – que falo bem o português – paguei R$ 2,50, ele deveria ter deixado pelo menos R$ 5 na mão do cobrador. E no Rio é assim. O cobrador cobra um pouquinho mais na passagem durante o dia e faz o carnaval durante a noite.

Mas essas histórias de malandragem não se limitam a ações de cobradores. Na entrada da Marquês da Sapucaí, com o tempo fechado, resolvemos comprar capas de chuvas. Precaução nunca é demais. Tinha uns 300 ambulantes vendendo as mesmas capas vagabundas pelos mesmos R$ 5 cada. Um bom comprador nunca se dá por vencido pelo primeiro preço cobrado. Então, resolvi negociar.

Chegamos a um dos cariocas e mandei logo um choro para que ele cobrasse mais barato. Tudo bem, no início foi difícil. O cara estava irredutível. Parecia a última capa de proteção ao Catrina. Eu não desisti e acabei conseguindo as quatro por R$ 16. Ou seja, cada uma por R$ 4.

Entreguei ao ambulante R$ 17. Para minha surpresa, ele solta um “morreu aqui, né”. Quem me conhece sabe que não abro mão nem de R$ 0,01. A Michelle, de vez em quando, prefere sair de perto para não ver a briga. Goiaba me viu “perder o tento” e iniciar uma discussão com o vendedor. Eu disse:

- O que é isso? Negocio R$ 16, te entrego R$ 17 e você me pergunta se morreu. Você está de sacanagem. Devolve meu troco porque preciso pagar o metrô de volta para casa.

Para minha surpresa, mais uma vez, ele não se entrega e responde a risos e naquele tom malandro do carioca:

- Que nada. Eu apenas estou de aplicando uma técnica comercial (para não dizer golpe). Você que nunca estudou isso.

O Goiaba deu outra gargalhada e saiu contando para Michelle e Renata o acontecido. Três episódios que exemplificam o jeito de ser do carioca: malandro, alegre e oportunista.

Goiaba, carioca malandro, ficou rindo das minhas gafes no Rio

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Assassinato da língua portuguesa

As boas vindas da Praia de Copacabana precisam ser revisadas. Não, a areia, o famoso calçadão, os prédios, o Copacabana Palace e tudo mais continuam lindos. Mas, infelizmente, alguma autoridade deixou passar despercebido um erro sem perdão na placa de saudação ao turista.

A placa, cravada ao lado do Forte de Copacabana, pode ser resumida em uma única palavra: infelicidade. Para os letrados, fica uma observação. Se estiver correta a formação a seguir, por favor, me avisem. Eu não consigo entender porque o brasileiro deixa um negócio desse logo em um dos cartões postais do Brasil. Me expliquem, pelo amor de Deus.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O Rio continua lindo

A pergunta que meus cinco leitores devem estar se fazendo: onde foi parar o blogueiro? Calma! Eu explico tudo. O Rio de Janeiro continua lindo. Imagina que só hoje, 5 de fevereiro, arrumei um tempo para parar e dá sinal de vida. Não é brincadeira. Não paramos sequer meia hora para ligar o computar e, com calma, relatar algo que nos aconteceu por aqui. O casal amigo que nos recebeu na Cidade Maravilhosa – Eduardo e Renata – tem um pique incrível. Não dá para perder nada.

Eu contabilizo diversas crônicas que serão postadas posteriormente: O bloco “Não mexe que fede”, que parou a Av. Atlântica em Copacabana; O motorista do ônibus que atropelou a caixa de refrigerantes e cervejas de um ambulante na mesma avenida, mas ninguém ficou ferido; A presença na Sapucaí... Enfim, temos muito que contar.

Antes, porém, ainda temos o último dia para ficar no Rio. Sendo assim, quando chegar a Brasília eu relato caso a caso para todos. Agora, preciso me ajeitar para tentar aproveitar ao máximo este dia. Nosso vôo sai às 19h05 do Galeão. Melhor eu não perder mais um segundo sequer...

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Carnaval para sempre!

Carnaval!!! Lá vamos nós... mas antes, claro, precisamos encarar um atraso básico no aeroporto de Brasília... a mulher da Gol informou que seria rápido e assim cremos... por enquanto, algo em torno de meia hora... para passar o tempo um bom café com a namorada.

Rio de Janeiro - escola de samba, bloco de rua, praias, clubes... enfim, tudo! Então, meus cinco leitores terão tudo em primeira mão aqui... no mais, até o Rio em breve!

Ep. 2 - Um plano infalível

 Não demorou muito e precisei deixar a casa dos meus pais. Não sabia para onde ir ou a quem recorrer. Certo era que voltar a morar com eles ...