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Não é todo dia que a gente se anima em jogar uma pelada às 23h. Pois bem, nesta segunda-feira fui tentado pelo nobre jornalista Leandro Galvão (Timbú), que me intimou para algumas partidas com os camaradas no Arena (Setor de Clubes Sul). Após pensar diversas vezes, saí para o local às 22h15.
Corri, mas não foi o suficiente. Bati no lugar errado. Quando cheguei ao Celva (Cruzeiro), que fica a uns 7 km do Arena, vi a besteira que tinha feito. Tudo bem, corri e cheguei a tempo de entrar na primeira partida. Não foi contar muito da pelada, mas saibam que fiz três gols e saí satisfeito à 0h40.
O que realmente quero comentar é a minha volta solitária para casa. Mais solitário que um vilão de filme mexicano, decidi fazer um tour pela minha nobre Brasília. Ao som de Legião Urbana – nada melhor para refletir Braília –, subi pela avenida L4 Norte e retornei para pegar o Eixo Monumental, cumprindo parte do trajeto que o presidente da República faz quando sai do Palácio da Alvorada para o Palácio do Planalto.
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Quando tomei o Eixo Monumental, uma leve neblina encobria o mastro da Bandeira Nacional e parte do anexo 1 do Congresso Nacional (o prédio em forma de H), por volta de 1h. O silêncio, quebrado só pelo som do carro, nada parecia com o agitado fluxo de veículos dos dias de semana.
Subi e ao passar entre o Palácio do Planalto e a grande praça que fica em frente, percebi o quanto perdemos por falta de iluminação. O Palácio estava lindo, mas a praça escura não deixava enxergar nem o monumento dos Dois Candangos. Só do outro lado era possível ver o prédio do Supremo Tribunal Federal.
Continuei meu trajeto e subi pela Esplanada dos Ministérios, passando antes pelas cúpulas do Senado e da Câmara dos Deputados. Pelo menos naquela hora do dia não havia negociatas e nem espertezas por parte daqueles que se dizem representantes do povo. Estava o prédio ali, vazio, esperando pelo grito de uma Nação. A leve neblina parecia querer ocultar algo, mas deixei a Legião tocar mais alto e segui adiante.
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Passei por diversos Ministérios, sempre pensando nas mazelas dos políticos que desviam milhões de reais desses gabinetes, que ao mesmo tempo em que tão perto, tão longe de qualquer cidadão. O acesso é praticamente impossível a um mero mortal. Como jornalista já tive acesso a vários deles, mas como cidadão nunca me aproximei. Não que o jornalista não é cidadão, mas a verdade é que os políticos têm uma relação de amor e ódio pela imprensa e isso faz de nós pessoas diferentes. Eles nos convidam quando pertinente e nos expulsão quando não querem nossa presença. Lamentável.
Depois de quase 5 minutos dirigindo entre os Poderes, virei para a querida L2 Norte e segui mais uns 5km até minha casa. Fiquei com vontade de parar no caminho e patinar. Poderia ter feito isso na grande calçada do Museu Nacional e da Biblioteca Nacional, mas vai ficar para a próxima. Estava cansado e o dia começaria às 6h, quando teria de trabalhar no site Minas em Brasília. A vida é assim mesmo. Aproveite ao máximo e nunca menospreze as coisas que estão perto de ti. Podes não dar valor porque elas parecem cotidianas. Mas curtir uma simples volta para casa em Brasília é algo que me alegra e me faz sentir amor por essa cidade, taxada como casa de corruptos e outras mazelas.
Mas, vale lembrar, a Câmara tem 513 deputados e só oito são do Distrito Federal. Dos 81 senadores, apenas três são do DF. Dos cinco presidentes que o Brasil teve após a redemocratização, na década de 1980, nenhum é do DF. De onde vêm, então, os corruptos brasileiros?